domingo, janeiro 31, 2016

Psicologia - Frase da semana, 31JAN16: A VIOLÊNCIA, A TOLERÂNCIA, A LIBERDADE E A EDUCAÇÃO

Psicologia - Frase da semana, 31JAN16: A VIOLÊNCIA, A TOLERÂNCIA, A LIBERDADE E A EDUCAÇÃO


«Não consigo ainda compreender como é que Hitler conseguiu tal façanha: transformar homens e mulheres em seres brutais, sem o mínimo de sentido de humanidade.» (Nanette Konig, Sobrevivi ao Holocausto, 20|20 Editora, 2015, p. 28)

Nanette Konig escreve assim mais de setenta anos depois de ter sido libertada do campo de concentração de Bergen-Belsen.
Ora bem, o que não faltou durante estes setenta anos foram reflexões, explicações, análises - históricas, sociológicas, políticas, sei lá que mais. Também a Psicologia dos Grupos e das Multidões.
O drama, no meu entender, é o "terreno fértil" para o desenvolvimento dos sentimentos de ódio, raiva, violência e desumanidade. Esse terreno é a própria condição humana.
É esse o valor dos muito sofridos testemunhos de Nanette Konig, Hannah Elisabeth Pick-Goslar, Viktor Frankl, Janny Brandes-Brilleslijper e tantos outros - mostram-nos onde o ser humano é capaz de chegar se deixarmos que os afectos negativos se sobreponham aos positivos; e os afectos negativos não precisam de muito espaço para se manifestarem!
No meu entender, só a Política honesta; e a Educação na Família e na Escola conseguirão equipar-nos com as defesas capazes de conter a barbárie violenta que cada um de nós transporta na mente hipercomplexa e engenhosa que trazemos nesse maravilhoso produto da Evolução que é o cérebro humano.
Quanto à Política, como já alguém disse, a Política é uma coisa demasiadamente séria para a entregarmos nas mãos dos políticos e os deixarmos sozinhos com ela.
Quanto à Educação, todos os dias cada um de nós deve gerir o seu livre arbítrio, simbolizado na conversa ente o velho índio e o seu neto, da maneira mais respeitadora e tolerante possível:
Em uma noite, um velho índio falava ao seu neto sobre a luta que acontece dentro das pessoas.
Disse ele: –
Há uma luta entre dois lobos que vivem dentro de todos nós - um deles é bom; o outro é bom.
O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô: – Qual é o lobo que vence a luta, avô?
O velho índio respondeu ao neto: – Vence o que lobo que tu alimentares...
Nanette Konig escreve assim nos últimos parágrafos do seu precioso, pungente, informativo e isento livro:
«constatei que um dos bens mais preciosos do ser humano é a liberdade: liberdade de ir e vir, liberdade de celebrar as suas crenças, liberdade de ser quem você é. Não há nada mais aprisionador para um ser humano do que proibi-lo de ser quem ele é. É essencial valorizarmos a nossa identidade. [...] escrevo este livro em prol da liberdade e da tolerância. [...] Infelizmente, apesar de gritarmos constantemente «nunca mais», a história do homem é feita até hoje por guerras - guerras sem justificação, nas quais se esquece o valor da vida. É por isso que o Holocausto é um acontecimento tão atual, que deve ser lembrado eternamente. [...] Espero que todos os jovens e todas as pessoas possam desfrutar de uma vida feliz, sendo tolerantes e respeitando o próximo.» (Nanette Konig, Sobrevivi ao Holocausto, 20|20 Editora, 2015, pp. 222-3)

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