«A primeira vez que Eva se apercebeu de que o seu sofrimento estaria prestes a chegar ao fim foi quando uma das mulheres do barracão começou a gritar: "Estamos livres! Estamos livres!" Eva correu para a porta, mas não foi capaz de ver nada por entre a neve. Só decorridos alguns minutos é que conseguiu descortinar os soldados do Exército Vermelho que vestiam blusões brancos de camuflagem:
http://triviana.com/fam/sswedding/SarahGrandpa.jpg
"Corremos para eles, que nos abraçaram, oferecendo-nos chocolates e bolachas. Quando se está sozinho, um abraço tem mais significado do que alguém possa imaginar, porque essa manifestação repõe a dignidade humana de que tanto se carece. Não só estávamos esfaimados, como ansiávamos por generosidade humana, e as tropas do Exército Vermelho proporcionaram-nos parte disso. Na verdade, uma das coisas que mais falta me fez depois da guerra, quando regressámos a nossas casas, o que eu desejava
desesperadamente eram os abraços e os beijos que me foram dados. Portanto, quando faço uma prelecção para estudantes universitários, costumo dizer-lhes: "Quando regressarem a casa esta tarde, por favor, dêem um abraço e um beijo mais do que é costume aos vossos pais por todos nós, as crianças que sobreviveram aos campos de concentração e que não tinham que pudessem abraçar e beijar."»
Reflexões e sugestões de um psicólogo, dedicado ao ensino e empenhado num curso de actualização científica e académica. Aberto a outras reflexões, a críticas e sugestões. Ávido de fazer cada vez melhor.
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sábado, fevereiro 27, 2016
QUANTO VALE UM ABRAÇO?
Psicologia - Frase da semana, 28FEV16: QUANTO VALE UM ABRAÇO?
«Quando se está sozinho, um abraço tem mais significado do que alguém possa imaginar, porque essa manifestação repõe a dignidade humana de que tanto se carece.» (Eva Mozes Kor, sobrevivente de Auschwitz. In "Auschwitz, os nazis e a solução final", Laurence Rees, Círculo de Leitores, 2005, p. 355)
domingo, novembro 01, 2015
Psicologia - Frase da semana, 01NOV15: SOBRE O CONHECIMENTO DOS HOMENS E DOS ANIMAIS
Psicologia - Frase da semana, 01NOV15: SOBRE O CONHECIMENTO DOS HOMENS E DOS ANIMAIS
«Quando os animais, em geral, podem ir além dos comportamentos ligados à necessidade de sobrevivência, a expansão da experiência emocional a que ganham acesso mostra o interesse e o prazer pelos comportamentos afectuosos. No homem, pelo contrário, a experiência do bem-estar tem-no levado ao paroxismo do egoísmo, do ódio e da intolerância; e da indiferença pelo sofrimento do Outro.»
Quem é o autor desta frase? Pois é, é o Fernando Pinto; quer dizer, sou mesmo eu.
Ora, vamos lá a tentar explicar o que ando eu a ruminar...
Não é, na verdade, senão, esta afirmação, uma hipótese de trabalho. É mesmo uma tese que, afinal, gostaria de ver contestada e contrariada.
A difusão do fácil acesso a pequenos e poderosos aparelhos de registo vídeo, que captam imagens em todo o lado, tem trazido para a Net inúmeros registos de comportamentos carinhosos, afectuosos entre cães e gatos, entre gatos e ratos, entre predadores e presas, entre homens e animais; em ambiente doméstico e em ambiente selvagem.
«Quando os animais, em geral, podem ir além dos comportamentos ligados à necessidade de sobrevivência, a expansão da experiência emocional a que ganham acesso mostra o interesse e o prazer pelos comportamentos afectuosos. No homem, pelo contrário, a experiência do bem-estar tem-no levado ao paroxismo do egoísmo, do ódio e da intolerância; e da indiferença pelo sofrimento do Outro.»
Quem é o autor desta frase? Pois é, é o Fernando Pinto; quer dizer, sou mesmo eu.
Ora, vamos lá a tentar explicar o que ando eu a ruminar...
Não é, na verdade, senão, esta afirmação, uma hipótese de trabalho. É mesmo uma tese que, afinal, gostaria de ver contestada e contrariada.
A difusão do fácil acesso a pequenos e poderosos aparelhos de registo vídeo, que captam imagens em todo o lado, tem trazido para a Net inúmeros registos de comportamentos carinhosos, afectuosos entre cães e gatos, entre gatos e ratos, entre predadores e presas, entre homens e animais; em ambiente doméstico e em ambiente selvagem.
Como gostam os investigadores e analista de dizer, tal acumular de evidências parece indiciar que, assim que vejam as suas necessidades básicas satisfeitas (as tais que estão na base da célebre pirâmide de Maslow), as espécies animais, em geral, ficam disponíveis para comportamentos interactivos positivos, cooperativos e agradáveis - ligados à fruição das emoções e afectos positivos - numa palavra, bem terra-a-terra: ficam mais mimados.
Entretanto, no que (por "deformação" académica e cientifica) me parece ser um hipnotizante retorno ao clássico "Malaise dans la civilisation" (titre original : Das Unbehagen in der Kultur), de Sigmund Freud, ao invés, vemos, nos grupos humanos, a expansão dos afectos ligados ao egoísmo, ao ódio, à intolerância, à indiferença, etc..
Ver também este muito interessante registo vídeo:
Ora, será esta expansão "negativa" da expressão emocional humana fruto de quê?...
- Do desequilíbrio a que chegámos na relação dos grupos humanos com os Ambientes Naturais de Vida?
- Do modelo de desenvolvimento sócio-económico dominante, baseado na maximização da apropriação individual, do volume dos negócios, da produção material, dos lucros financeiros das empresas e das organizações?
- Do conceito de bem-estar, e de uma qualquer dramática inerência vital a ele associado?
- Da expansão do maravilhoso neocórtice, que, afinal, não conseguimos ainda adaptar-nos nas suas tremendas potencialidades?
Não sei... Não tenho resposta para isso, mas penso que deveremos encarar estas questões com frontalidade, e tentarmos, lucidamente, perceber o que está mesmo a acontecer nas sociedades dos homens e nas sociedades dos animais... curiosamente, com interferência do animal-homem. Que muitas lições temos ainda de aprender com os animais?...
Uma outra perspectiva interessante é a de ver como os animais, quando aceitam quem é diferente, aceitam-no totalmente, sem condicionalismos.
Uma outra perspectiva interessante é a de ver como os animais, quando aceitam quem é diferente, aceitam-no totalmente, sem condicionalismos.
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