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sábado, setembro 04, 2010

Políticas educativas. Dá que pensar, no regresso à escola

A edição de Setembro do Courrier Internacional (n.º 175) é, na minha opinião, especialmente rica de conteúdo.
Entre outras coisas, fala da educação, das políticas educativas que, nos tempos atuais, dominam nos governos dos países. Traz também um artigo interessantíssimo sobre um país chamado Facebook.
A despertar o interesse da leitura e da reflexão pessoal a propósito de alguns textos, transcrevo para aqui o seguinte:
"Em nome da prosperidade, países de todo o mundo abdicam de cultivar nos jovens as competências indispensáveis à sobrevivência das democracias" diz-se em subtítulo a um texto de Martha C. Nussbaum, filósofa norte-americana, publicado em 25 de Julho no jornal The Times, Literaty Supplement, Londres), "Uma crise planetária da educação".
Para já, gostaria de destacar dois parágrafos deste texto:
"Estão a produzir-se profundas alterações naquilo que as sociedades democráticas ensinam aos jovens e ainda não aferimos o alcance. Ávidos de sucesso económico, os países e os seus sistemas educativos renunciam imprudentemente a competências que são indispensáveis à sobrevivência das democracias. Se esta tendência persistir, em breve vão produzir-se pelo mundo inteiro gerações de máquinas úteis, dóceis e tecnicamente qualificadas, em vez de cidadãos realizados, capazes de pensar por si próprios, de pôr em causa a tradição e de compreender o sentido do sofrimento e das realizações dos outros."
"(...) A capacidade - que quase todos os seres humanos têm, em maior ou menor grau - de imaginar as vivências e as necessidades do outro deve ser amplamente desenvolvida e estimulada, se queremos ter alguma esperança de conservar instituições satisfatórias, ultrapassando as múltiplas clivagens que existem em todas as sociedades modernas".

sábado, abril 25, 2009

O que importa é a política e a educação

Como vaidosamente muito tenho repetido, tive o privilégio de ter aprendido e de ter sido respeitado e tratado como amigo pelo dr. João dos Santos. Muita da confiança que ainda hoje mantenho dos meus actos profissionais na escola e na clínica psicológica vem da confiança que sei que ele tinha em mim, logo mostrada publicamente, perante todo o grupo de alunos, no primeiro encontro que tivemos, numa aula de consulta assistida no hospital Júlio de Matos.
Com ele podíamos aprender que todo o acto clínico é um acto multidimensionado. Como também já disse noutro lado, ele dizia - bastaria para mim que o tivesse dito apenas uma vez - que o que verdadeiramente importa na intervenção junto dos grupos humanos é a política e a educação.
É isso que eu quero deixar hoje dito e escrito neste blogue, que a psicologia, o ensino e a aprendizagem têm que prover, aconselhar e apreciar criticamente as medidas da educação e da política que os governos tomam sobre os grupos humanos.
E, neste caso, penso que todo, ou melhor, muito mais que o esperançoso 25 de Abril de 74 está por cumprir.
De José Pacheco Pereira pouco mais sei do que algumas coisas, esparsas, que oiço ou leio dele na comunicação social. Não tenho condições de o julgar, qualquer que seja a coerência que esteja em causa (palavras entre si; actos e palavras; etc.). Sei que, à partida, se move numa área política que não é, de todo, a minha.
O que, pois, se torna quase dramático para mim - tomando isso como prova que, de facto, verdadeiramente, na política e na educação o espírito do 25 está cada vez mais difícil de cumprir - é passar os olhos na edição on line de hoje do Público, ler a "opinião" do dia em destaque, de que ele é o autor - "Neste 25 de Abril, preocupa-me estarmos a construir a perfeita sociedade totalitária em plena democracia" -, e reconhecer que é isso que eu penso, que é isso que ontem tentei dizer na escola aos alunos que foram à sessão aberta para ouvir as histórias do 25 de Abril de alguns dos seus professores.
Cada vez mais sinto que cada vez mais nos afastamos de valores como a tolerância pessoal e cívica; do sentido e da dimensão gregária dos comportamentos pessoais e das decisãos políticas; e da valorização do outro, importante tanto quanto cada um de nós também o é, de tal modo que sintamos que desistir de qualquer coisa de nós próprios não é fraqueza pessoal, nem sequer dávida meritória: isso sim, é uma forma de realização pessoal numa outra dimensão, mais fraterna e mais justa. A bem de todos, e não só de alguns.
25 de Abril, sempre!

quinta-feira, março 19, 2009

O ensino básico, mesmo que com resquício salazarento

Há que enfrentar a situação com clareza e coragem.
Mesmo que dizer uma coisa assim nos faça - a nós, portugueses - lembrar algumas das máximas e "objectivos mínimos" da governação salazarista no campo da educação básica, há que pensar com empenho e profundidade no que o último relatório da UNESCO para a educação para todos, o relatório de 2009, diz:
Muitas crianças deixam a escola primária sem terem adquirido as competências mais elementares da escrita, da leitura e do cálculo.
Pessoalmente, enquanto psicólogo e professor, não posso de deixar de dizer que partilho dessa ideia e que a origem do problema (logo, então, também a solução) está nas políticas educativas e na formação dos professores.