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domingo, junho 14, 2015

O Texto Poético a explicar o que determina o Desenvolvimento Humano

Psicologia - Frase da semana, 14JUN15: UM FERNANDO ENCANTADO COM OUTROS 2 FERNANDOS


O Fernando encantado é o autor deste pequenino apontamento; o Fernando motivo do encontro dos 3 Fernandos é o Martins, que será depois o St.º António de Lisboa; o Fernando mediador é o padre Fernando Félix Lopes, que escreveu um muito belo livro sobre Santo António de Lisboa, o Doutor Evangélico.


“Dizem que a infância é a idade em que progressivamente, dia a dia, acordam as heranças que cada qual traz no sangue, e em que o ambiente, amolgando-as, vai afeiçoando a seu modo as almas tenras...” P. Fernando Félix Lopes

Não conheço outro texto que, com tão poucas palavras e de forma tão poética diga a toda a gente como cada um cresce, se desenvolve e se torna pessoa consciente da sua personalidade única e diversa! Continua assim padre Fernando:
«... Com tais heranças e amolgões compõem as crianças os sonhos de fantasias em que se lhes dealba o futuro.
A teoria até certo ponto bate certa. O sangue e o meio onde o homem cresce, não lhe determinam a vida por inteiro, pois há sempre pelo menos o imprevisto individual que pode interferir e desviar os determinismos das heranças e as influências do meio; todavia são sempre das forças que mais pesam no construir do homem.»
(p. FFL, "S. António de Lisboa doutor Evangélico", 2.ª edição, 1954, p. 26)
Estais vendo, queridos alunos, a expressão simples, lapidar, dos nossos mais importantes temas das aulas (a Genética; a influência Cultura e a Educação; e o Indivíduo, com as condições do seu Sistema Nervoso e dos seus Processos Mentais)

sábado, setembro 04, 2010

Políticas educativas. Dá que pensar, no regresso à escola

A edição de Setembro do Courrier Internacional (n.º 175) é, na minha opinião, especialmente rica de conteúdo.
Entre outras coisas, fala da educação, das políticas educativas que, nos tempos atuais, dominam nos governos dos países. Traz também um artigo interessantíssimo sobre um país chamado Facebook.
A despertar o interesse da leitura e da reflexão pessoal a propósito de alguns textos, transcrevo para aqui o seguinte:
"Em nome da prosperidade, países de todo o mundo abdicam de cultivar nos jovens as competências indispensáveis à sobrevivência das democracias" diz-se em subtítulo a um texto de Martha C. Nussbaum, filósofa norte-americana, publicado em 25 de Julho no jornal The Times, Literaty Supplement, Londres), "Uma crise planetária da educação".
Para já, gostaria de destacar dois parágrafos deste texto:
"Estão a produzir-se profundas alterações naquilo que as sociedades democráticas ensinam aos jovens e ainda não aferimos o alcance. Ávidos de sucesso económico, os países e os seus sistemas educativos renunciam imprudentemente a competências que são indispensáveis à sobrevivência das democracias. Se esta tendência persistir, em breve vão produzir-se pelo mundo inteiro gerações de máquinas úteis, dóceis e tecnicamente qualificadas, em vez de cidadãos realizados, capazes de pensar por si próprios, de pôr em causa a tradição e de compreender o sentido do sofrimento e das realizações dos outros."
"(...) A capacidade - que quase todos os seres humanos têm, em maior ou menor grau - de imaginar as vivências e as necessidades do outro deve ser amplamente desenvolvida e estimulada, se queremos ter alguma esperança de conservar instituições satisfatórias, ultrapassando as múltiplas clivagens que existem em todas as sociedades modernas".

domingo, agosto 29, 2010

Uma escola que fecha mata uma aldeia ou acelera o inevitável?

jornal Público:
Educação

Uma escola que fecha mata uma aldeia ou acelera o inevitável?

29.08.2010 - 10:27 Por Graça Barbosa Ribeiro, Natália Faria


Apesar de não questionarem a necessidade do reordenamento da rede escolar, especialistas em Geografia Humana dizem-se preocupados com o impacto do encerramento de escolas na coesão territorial. "Se abrir uma escola do Ensino Básico não inverte a tendência para a desertificação, fechá-la, em determinadas circunstâncias, pode ser o suficiente para matar uma aldeia", alerta João Ferrão, investigador da Universidade de Lisboa e ex-secretário de Estado do Ordenamento do Território.

Governo e autarquias negociaram o fecho de 700 escolas (Paulo Pimenta)

Em teoria, tudo foi acautelado. Depois do encerramento de 2500 escolas com menos de 10 alunos, numa primeira fase, o Ministério da Educação (ME) e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) acordaram que a decisão de fecho daquelas que têm menos de 21 crianças, este ano lectivo, teria de passar pelo crivo do aval das Direcções Regionais de Educação (DRE) e dos municípios, para evitar "cortes cegos".

"Na generalidade dos casos, pelo menos aparentemente, a negociação terá sido efectiva no que respeita à identificação dos estabelecimentos a fechar", admite António Ganhão, dirigente da ANMP. Há protestos pontuais, mas são mais os autarcas que se congratularam por terem conseguido manter em funcionamento escolas com menos de 20 alunos e o próprio ME anunciou que continuam a existir no país 200 estabelecimentos naquelas condições. Por outro lado, a lista de escolas a encerrar cresceu das 500 (previstas pelo ME) para as 700, porque, explicou a ministra da Educação, os próprios autarcas acrescentaram outras, cujo fecho não era exigido.

É neste contexto que os geógrafos se questionam sobre os critérios de escolha das escolas que vão encerrar. "Não terão sido apenas o do número de alunos e o do tempo de transporte, espero", preocupa-se Fernanda Cravidão, especialista em Geografia Humana da Universidade de Coimbra. E João Ferrão não considera garantia suficiente o cumprimento do acordo entre a ANMP e o Governo. "Até poderia ter algum significado se as DRE tivessem uma visão e uma capacidade de actuação estratégicas e se os municípios administrassem sempre o território com base em planos, numa perspectiva de médio e longo prazo. Mas, infelizmente, isso nem sempre se verifica," avalia.

Um mundo abandonado

A situação é especialmente grave "em territórios de baixa densidade populacional", concordam João Ferrão e Fernanda Cravidão. "Podemos sempre dizer que o encerramento da escola só acelera a morte do lugar, porque a falta de crianças se encarregaria de conduzir ao mesmo resultado em poucos anos. Mas isso só é verdade porque há muito que o Poder abandonou por completo o mundo rural", critica.

João Ferrão frisa a necessidade "de qualquer decisão deste género ser tomada no quadro de políticas multissectoriais de ordenamento do território" e de atender a casos específicos. "Nalgumas situações o desequilíbrio provocado pelo encerramento de uma escola pode ser fatal para um trabalho de anos, feito a nível local, contra a desertificação", alerta.

Fernando Ruas, presidente da ANMP, não tem resposta em relação a casos concretos, mas diz ter "a certeza" de que os municípios "agem de acordo com o que consideram ser o melhor para as populações". Mas isso não significa o mesmo para todos os autarcas.

Há quem pense que a desertificação se combate com o fortalecimento das sedes de concelho. É o caso do social-democrata Francisco Lopes, presidente da Câmara de Lamego, o município que vê fechar o maior número de escolas: 21. "Daqui a 10 anos os centros escolares que agora estamos a construir serão grandes demais - esse é o drama", enfatiza, para questionar se "o processo de extinção das comunidades rurais não acabará por ser a maneira de manter as cidades, de lhes dar dimensão, evitando que a sangria seja ainda maior".

O presidente da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, Jorge Pulido Valente, não pensa o mesmo - há anos que luta "para manter vivo um território que está no limiar da ruptura por falta de população", reivindica."Como presidente de câmara de Mértola cheguei a promover o fecho de algumas escolas, mas para fortalecer localidades vizinhas rurais", explica o socialista, hoje presidente da Câmara de Beja.