domingo, novembro 01, 2015

Psicologia - Frase da semana, 01NOV15: SOBRE O CONHECIMENTO DOS HOMENS E DOS ANIMAIS

Psicologia - Frase da semana, 01NOV15: SOBRE O CONHECIMENTO DOS HOMENS E DOS ANIMAIS

«Quando os animais, em geral, podem ir além dos comportamentos ligados à necessidade de sobrevivência, a expansão da experiência emocional a que ganham acesso mostra o interesse e o prazer pelos comportamentos afectuosos. No homem, pelo contrário, a experiência do bem-estar tem-no levado ao paroxismo do egoísmo, do ódio e da intolerância; e da indiferença pelo sofrimento do Outro.»
Quem é o autor desta frase? Pois é, é o Fernando Pinto; quer dizer, sou mesmo eu.

Ora, vamos lá a tentar explicar o que ando eu a ruminar...
Não é, na verdade, senão, esta afirmação, uma hipótese de trabalho. É mesmo uma tese que, afinal, gostaria de ver contestada e contrariada.
A difusão do fácil acesso a pequenos e poderosos aparelhos de registo vídeo, que captam imagens em todo o lado, tem trazido para a Net inúmeros registos de comportamentos carinhosos, afectuosos entre cães e gatos, entre gatos e ratos, entre predadores e presas, entre homens e animais; em ambiente doméstico e em ambiente selvagem.

Como gostam os investigadores e analista de dizer, tal acumular de evidências parece indiciar que, assim que vejam as suas necessidades básicas satisfeitas (as tais que estão na base da célebre pirâmide de Maslow), as espécies animais, em geral, ficam disponíveis para comportamentos interactivos positivos, cooperativos e agradáveis - ligados à fruição das emoções e afectos positivos - numa palavra, bem terra-a-terra: ficam mais mimados.
Entretanto, no que (por "deformação" académica e cientifica) me parece ser um hipnotizante retorno ao clássico "Malaise dans la civilisation" (titre original : Das Unbehagen in der Kultur), de Sigmund Freud, ao invés, vemos, nos grupos humanos, a expansão dos afectos ligados ao egoísmo, ao ódio, à intolerância, à indiferença, etc..


Ver também este muito interessante registo vídeo:
Ora, será esta expansão "negativa" da expressão emocional humana fruto de quê?...
  • Do desequilíbrio a que chegámos na relação dos grupos humanos com os Ambientes Naturais de Vida?
  • Do modelo de desenvolvimento sócio-económico dominante, baseado na maximização da apropriação individual, do volume dos negócios, da produção material, dos lucros financeiros das empresas e das organizações?
  • Do conceito de bem-estar, e de uma qualquer dramática inerência vital a ele associado?
  • Da expansão do maravilhoso neocórtice, que, afinal, não conseguimos ainda adaptar-nos nas suas tremendas potencialidades?

Não sei... Não tenho resposta para isso, mas penso que deveremos encarar estas questões com frontalidade, e tentarmos, lucidamente, perceber o que está mesmo a acontecer nas sociedades dos homens e nas sociedades dos animais... curiosamente, com interferência do animal-homem. Que muitas lições temos ainda de aprender com os animais?...

Uma outra perspectiva interessante é a de ver como os animais, quando aceitam quem é diferente, aceitam-no totalmente, sem condicionalismos.

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