domingo, junho 28, 2009

Méritos e deméritos do Magalhães, o computador - 1

Magalhães: Computador sem software de rede é apenas ferramenta lúdica, professoras
Espinho, 28 Jun (Lusa) - Professoras envolvidas num projecto piloto para testar um software que permite ao docente controlar o que cada aluno está a fazer no seu Magalhães consideram que sem esse programa aquele computador é apenas uma ferramenta lúdica.
8:30 Domingo, 28 de Jun de 2009
*** Alexandra Couto, da agência Lusa ***
Espinho, 28 Jun (Lusa) - Professoras envolvidas num projecto piloto para testar um software que permite ao docente controlar o que cada aluno está a fazer no seu Magalhães consideram que sem esse programa aquele computador é apenas uma ferramenta lúdica.
A Plataforma Camões é um software da empresa Microfil que permite o funcionamento dos Magalhães em rede. Na prática, possibilita que, numa sala de aula ou à distância, aquilo que o professor escreve no quadro passe para os computadores dos alunos e fique aí arquivado, tal como o que as crianças fazem em cada Magalhães pode ser controlado pelos docentes e consultado pelos pais.
O programa está a ser avaliado no Centro de Estudos e Desenvolvimento Tecnológico da Plataforma Camões, que o ministro da Economia inaugurou na semana passada em Espinho, mas foi testado ao longo dos últimos três meses em duas escolas do município, o que envolveu oito professores e cerca de 200 alunos.
"Sem a Plataforma, o Magalhães é uma coisa muito boa, mas para ter em casa, como elemento lúdico", afirmou Fernanda Ribeiro, coordenadora da unidade da Quinta da Seara, a maior das duas escolas do 1º. ciclo de Espinho onde a empresa Microfil testou o seu novo software.
Para a professora, "em termos pedagógicos, só vale a pena usá-lo se tiver a Plataforma Camões. De outra maneira, o professor não tem como saber o que é que o aluno do fundo está a fazer com o computador e ele vai ser usado mais para brincar do que outra coisa".
Susana Couto, professora na mesma escola, acrescenta: "O Magalhães, sem a plataforma, funciona mais como uma recompensa. Dizemos aos miúdos 'façam agora o vosso trabalho que depois podem jogar um bocadinho no computador'".
Com um software como o que esteve a ser testado, continua a mesma docente, "o professor pode controlar o que se passa na aula, em todos os computadores ao mesmo tempo".
Ambas as professoras apontam a questão do "controlo" como essencial e Hugo Guimarães, o consultor da Microfil que coordena a experiência-piloto, revela que foi esse aspecto a motivar a concepção do software.
"Se cada criança tiver um Magalhães na sala de aula", explica esse responsável, "são 20 computadores que ali estão de costas para o professor, sem ele saber o que é que os alunos estão a fazer".
Para o sucesso da plataforma, Hugo Guimarães aponta como essencial "a ligação entre a Microfil e os professores".
"Testar o produto nas escolas foi a forma de garantir que o que idealizámos tem correspondência na realidade", declara, "porque muitas vezes as coisas até parecem perfeitas e depois, em contexto real, não funcionam"
A utilização da Plataforma Camões não tem carácter obrigatório. Fica ao critério de pais, professores e das autarquias adquirir ou não as respectivas licenças.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação, responsável pelo programa e-escolinha, que prevê a distribuição do Magalhães, não quis comentar.
Lusa/Fim

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