PONTAPÉ NA PERCEPÇÃO À INTELIGÊNCIA DÁ TRAMBOLHÃO - 01
Na pequena piscina, meia-coberta, do Solinca do Vasco da Gama, a jovem monitora dá aula de natação a 3 ou 4 meninas pequeninas.
Atira para a água bonequinhos que ficam a flutuar, parece que são 4 diferentes, 2 de cada, logo, 2 para
Há um momento em que as crianças hesitam... Têm razão! "Lá atrás", em rigor, seria na minha direcção, que estou atrás delas. Mas não era. Ou atrás da monitora. Também não, atrás da monitora é a parede.
A jovem monitora, talvez apercebendo-se da hesitação das crianças (a monitora está de frente para as crianças e virada na minha direcção), estica o braço esquerdo e repete: «Ali atrás.»
Ora bem, não é "ali atrás", é "ali ao fundo"; ou "ali daquele lado, onde eu estou a apontar"; ou "ali do vosso lado direito". Ainda por cima, não é atrás (é que ela estava a apontar para um separador de acrílico, transparente, tipo vidro, a meio da piscina), é "à frente", na parte da frente do separador, na parte com que as crianças têm directamente contacto, não era para porem no lado de trás do separador de acrílico.
Grão a grão, o pontapé na percepção à inteligência dá trambolhão.
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